Em uma recente pesquisa feita pela Data folha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), foi constatado que um terço da população brasileira acredita que a vítima é culpada por ter sido estuprada. [1] Este dado é assustador e tal pensamento com certeza é uma consequência da cultura de estupro que predomina no Brasil.
O QUE É CULTURA?
Em um primeiro momento, cumpre salientar que cultura, para a antropologia, é compreendida como a totalidade dos padrões aprendidos e desenvolvidos pelo ser humano. [2]
Denys Cuche em seu livro “A Noção de Cultura nas Ciências Sociais” (1999), assevera que a noção de cultura se revela como um instrumento para interpretar a natureza do homem.
O QUE É A CULTURA DE ESTUPRO E COMO ELA AFETA A SOCIEDADE?
Diante da explicação supra acerca de cultura, a cultura de estupro surge como àquela que naturaliza comportamentos tanto sutis quanto explícitos que silenciam ou relativizam a violência sexual praticada contra a mulher, jogando a culpa pela violência sofrida na própria mulher e conceituando o comportamento masculino de ataque como inerente ao homem, até mesmo instintivo. [3]
Segundo a legislação vigente, estupro é a prática não consensual do sexo, imposta por violência ou ameaça de qualquer natureza. Frise-se que qualquer forma de prática sexual sem consentimento de uma das partes, envolvendo ou não penetração, configura estupro. Contudo, por mais que fosse lógico que ninguém deveria cometer esse e demais crimes, as pessoas não são ensinadas a não estuprar, mas sim ensinadas a não serem estupradas. [4]
Através de pensamentos disfuncionais, a sociedade impõe que se a mulher tivesse tido X ou Y conduta, ela não teria sido estuprada. Em consequência deste pensamento impregnado em uma sociedade machista, a onda de estupros continua acontecendo, sendo que é necessária uma reforma no pensamento que tenta justificar essas práticas, e não só punir os praticantes deste crime.
ALGUNS COMPORTAMENTOS DA CULTURA DE ESTUPRO
Cultura do estupro é duvidar da vítima quando ela relata uma violência sexual. É relativizar a violência por causa do passado da vítima ou de sua vida sexual. É ser mais fácil acreditar na suposta malícia e no suposto caráter inerentes às mulheres do que lidar com o fato de que homens cometem um estupro.
Ela também é visível nas imagens publicitárias que objetificam o corpo da mulher. Nos livros, filmes, novelas e seriados que romantizam o perseguidor. Ela é percebida quando pais falam às suas filhas que não devem sair de casa à noite e devem sempre usar roupas recatadas.
Cultura de estupro é acreditar que quando uma mulher diz "NÃO", é apenas um jogo de sedução, quando na verdade NÃO É NÃO.
Todas essas ações revelam o que foi definido nesse artigo como a cultura de estupro, pois todas normalizam que a responsabilidade pelo estupro é da vítima, quando na verdade o culpado é APENAS o estuprador. [5]
Um terço da população brasileira e todo o seu resto precisam mudar drasticamente sua forma de interpretar um estupro, culpando apenas o estuprador.
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Imagem: Nozor Pereira
Bom dia.
ResponderExcluirEm nome do Dr. Barroso, gostaria de solicitar que fosse excluída a parte do seu perfil que diz: Delegado de Polícia, por mais de 20 ano no Paraná, atualmente aposentado." O QUANTO ANTES E URGENTEMENTE.
Att
Dr. Barroso, nossas escusas, foi prontamente atendido sua solicitação.
ExcluirBom dia.
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