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O procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) Ação
Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5735) contra a Lei 13.429/2017 (Lei das
Terceirizações). Além de apontar vícios na tramitação do projeto legislativo
que resultou na lei, Janot sustenta que o texto aprovado viola diversos
dispositivos constitucionais.
Segundo o
procurador-geral, a ampliação “desarrazoada” do regime de locação de mão de
obra temporária para atender “demandas complementares” das empresas, aliada à
triplicação do prazo máximo do contrato temporário de três meses para 270 dias,
rompe com o caráter excepcional do regime de intermediação de mão de obra,
viola o regime constitucional de emprego socialmente protegido (artigo 7º,
inciso 1º, da Constituição Federal), esvazia a eficácia dos direitos
fundamentais sociais dos trabalhadores (artigos 1º, 7º a 11, 170, incisos VII e
VIII, e 193) e vulnera o cumprimento, pelo Brasil, da Declaração de Filadélfia
e das Convenções 29 e 155 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Ao pedir a
suspensão liminar da eficácia de diversos dispositivos da lei, o
procurador-geral argumenta que, se forem mantidos seus efeitos, “grande
contingente, de milhares de postos de emprego direto, pode ser substituído por
locação de mão de obra temporária e por empregos terceirizados em atividades
finalísticas, com precaríssima proteção social”. Segundo o pedido, “novos
postos de trabalho em atividades finalísticas de empresas públicas e privadas
também podem ser submetidos a regime de terceirização, enquanto se aguarda
julgamento de mérito da demanda, com afronta de dificílima reversão às normas
constitucionais afetadas e impacto direto na vida dos trabalhadores.
A ADI 5735 foi
distribuída, por prevenção, ao ministro Gilmar Mendes, relator também da ADI
5695, ajuizada pelas Confederações Nacionais dos Trabalhadores da Indústria
Química e dos Trabalhadores na Indústria Têxtil e de Vestuário, da ADI 5685,
ajuizada pela Rede Sustentabilidade, da ADI 5686, protocolada pela Confederação
Nacional das Profissões Liberais, e da ADI 5687, de autoria do Partido dos
Trabalhadores (PT) e do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
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