Mais uma vez venho falar sobre a perigosa prática depraticar violência contra pessoas suspeitas de cometer crimes (seja qual crime for – com violência ou não).
A justificativa é que as pessoas estão cansadas da insegurança e da injustiça e, por isso, passaram a agir com as próprias mãos, agredindo aqueles que eles conseguem pegar “no flagra”.
Hoje mesmo vi um noticiário em que um adolescente tentou subtrair o celular de uma outra adolescente, não conseguiu, foi perseguido por seguranças e populares e agredido.
A sorte dele é que duas (corajosas) mulheres interviram e impediram que ele apanhasse mais (e ainda teve gente que as “insultaram” chamando de “petista”, como se o ato de proteger direitos te vincule a um “lado”).
Sobre isso, tenho algumas considerações a fazer.
A primeira chega a ser até “cômica”. Pare para ver e repare que os “justiceiros” só pegam adolescentes/jovens infratores, desarmados, que praticam pequenos crimes patrimoniais, geralmente sozinhos. Nessa hora todo mundo sai correndo atrás.
Aí são várias pessoas contra apenas uma, sem nenhuma forma de defesa, muitas vezes imobilizado.
Mas basta falar um pouco mais alto ou aparecer outra pessoa e todo mundo sai correndo.
Isso demonstra que exercemos a “vingança” sempre contra o mais fraco, contra aquele que, provavelmente, menos fez. O “bandido” mesmo não sofre nada (se o objetivo é realmente de punir bandido de verdade).
O outro ponto, e o mais importante, está no fato de queaquele que agride (ilegalmente) alguém, por causa de uma agressão ilegal praticada por ele (roubo, furto, …), é tão criminoso quanto o criminoso castigado.
O raciocínio, ao que parece, é que você pode praticar um crime (agredir alguém) para ensinar a essa pessoa que não pode praticar um crime (roubo, furto, …).
Não sei você, mas eu não consigo compreender muito a lógica. Se o problema é o crime, como aceirar a sua prática (mesmo que tenha “justificativa”)?
Combateremos a injustiça cometendo outra injustiça?
Se formos falar de justificativa, te garanto que cada um tem a sua e aí é que está o problema.
Além do mais, como quem agride um bandido se torna um criminoso, se alguém for visto agredindo um bandido,poderá ser agredido por terceiros em decorrência da agressão ao bandido.
Afinal, tudo é crime (certo?!).
As pessoas não conseguiram compreender que não é possível usar a violência para combater a violência.
Violência + violência = 2x violência.
Para encerrar, o nosso modelo de punição é ineficaz, atua tarde de mais, quando o problema de verdade já foi criado.
Acaba que a punição perde o sentido. A pessoa vai ser punida e vai voltar para o mesmo ambiente que estava antes da punição, nas mesmas condições, com as mesmas pessoas, …
Do que adiantou a punição?
A culpa do infrator não ter sido “ressocializado” é dele ou de quem não o socializou, tampouco ressocializou?
Questionamentos assim servem para nos ajudar a compreender um pouco mais (e melhor) a questão criminológica e a fugir do senso comum.
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